sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

sexta-feira, setembro 26, 2008

*TOTALIDADE*

Aqui, tudo é reflexo
o espetáculo é ao vivo.

Tem coisas sublimes que me fazem viver num horizonte desconforme em grandeza...
o amor excelso de Deus: que é pra sempre e abrangente
a imensidão do universo: onde todas as coisas perdem a explicação
a humanidade: que revela grandiosidade de Deus e pequenez dos homens


NADASOMOS

Se na vida que tu levas, aprontas
Se vês um defeito, apontas
Se vem montaria, tu montas
Vigie para não cair

O mal é perder o amor
Achar que tudo somos
Esquecer que o outro sente dor,
Porque de fato nadasomos...

[ Bruno Assumpção ]


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

quinta-feira, setembro 25, 2008

*PATAVINAS*

Pra não dizer que nunca me atreví a rabiscar no papel aquelas palavras soltas, aqueles versos avulsos, aquelas idéias perdidas, ou seja, aquilo tudo que a nossa mente é capaz de fantasiar, vou agora mesmo, de forma desmedida, escrever todas essas coisas sem borracha para apagar – entenda ‘setinha para a esquerda’ – e sem dicionário na mão – entenda ‘na tela’ – para procurar a palavra mais cabível e agradável de ler. Vou apenas escrever ‘patavinas’. Assim:

a música: ‘Like a star’ de Corinne Bailey

o lugar: a cama no quarto

a bebida: água com gás

o mais: a caneta, a agenda, o celular e o controle da tv e do dvd

Queria que a música fosse minha; que o céu fosse de nuvens de algodão pra eu saltar de nuvem em nuvem, de estrelas de papel pra eu pegá-las no ar, de gotas de chuvas leves e doces pra eu deixar pingar em minha boca; queria sair correndo numa avenida cheia de árvores frondosas pra eu catar folhas, sentar na sombra, comer frutas, escrever poemas, ler uma crônica – ‘a moça deitada na grama’ – de Carlos Drummond; queria que a praia fosse deserta com sombra e castanheiras enormes pra eu sair chutando as ondas na beira do mar fazendo espirrar gotas salgadas no ar, deitar na sombra das castanheiras e sentir a brisa...

Na verdade eu não queria nada disso. Queria apenas ter você ao meu lado pra poder sonhar e, assim, tudo ao meu redor iria se transformar num sonho feito de conto de fadas.

Nada disso é real. Nada disso faz sentido.

Mas, uma coisa é certa, sonhar com essas coisas, as vezes, faz o coração bater mais acelerado.

Vou confessar: eu tenho uma música só pra você. Eu queria que você também tivesse uma música só para mim... a música... aquela tocada no violão, cantada na sua voz, e com palavras que se parecem magia.

E se um dia o sonho virasse realidade? Eu juro que contaria em versos, escreveria um romance, publicaria um livro que talvez virasse até filme.

Nada disso é real. Nada disso faz sentido.

Mas, uma coisa eu deixo clara: aqui, eu tenho o direito de imaginar qualquer coisa, de escrever como eu quiser, de soltar os meus devaneios da mente.

PARECE DANÇA QUE ME ENVOLVE E ME FAZ MEXER LEVE E MAGICAMENTE COMO NUNCA FUI CAPAZ!

Patavinas!

Por que é que a gente escuta músicas que nos remetem à uma dimensão romântica feita de sonho e fantasia?!

É como se a música tivesse o poder de nos transportar para um daqueles filmes românticos [comédia romântica ou não] onde a Julia Roberts, ou melhor, você é o personagem principal que vai encenar ao lado do cara perfeito uma linda história de amor.

Ergh! Chega de contos de fadas! Voltemos à realidade!

Espero que o mundo não se corrompa tanto e mais para que os meus/seus filhos tenham, num futuro, motivos para sonharem com contos de fadas e não histórias de lobo mau.


“Quando a gente é sincero, nem sempre as palavras são as mais sóbrias e elegantes.” [Elite da Tropa – livro]


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

domingo, setembro 07, 2008

*REVIRANDO O GUARDA-ROUPA*

Foto por: Julia Emerich


Enquanto se revira o guarda-roupa, se pensa...
[Quanto mais eu penso, menos eu sei o que postar/escrever/falar aqui.]


Dias em que o céu está cinza, o mar está agitado e as árvores balançam sem parar. E nada me faz parar e escrever palavras bem cabidas ou descabidas. Sempre que começo a cuspir palavras [não estou desmerecendo as palavras e nem o ato de escrever] em um papel, paro. Tudo que eu deixo às vistas em um papel qualquer me parece sem sentido, de tanta melancolia, coberto de sentimentalismo fútil [se é que existe sentimento assim: fútil, inútil].

Dias atrás eu disse a uma amiga que eu havia feito uma análise comparativa do meu gosto por certas imagens imaginadas fotográficas com o meu próprio modo de ser. Vou explicar melhor: se eu fosse fotógrafa, acho que gostaria de fotografar/captar construções inacabadas e estruturas arquitetônicas. Sempre que vejo essas imagens, crio uma imagem fotográfica em minha mente - é como se eu estivesse com a máquina fotográfica em minhas mãos e pudesse, então, naquele momento captar aquela imagem visualisada. Então comecei a pensar o porquê de eu gostar dessas imagens e, concluí [não sei se estou certa] que é pelo fato de serem imagens que estão em construção, inacabadas. Mas o que isso tem a ver comigo?! Tudo. Eu me vejo como uma pessoa que está sempre achando algo dentro de si que precisa ser mudado/moldado ou mesmo descobrindo coisas que precisam ser construídas. Acredito que os seres humanos são assim: seres em constante construção. Não que estejamos mudando nosso caráter, mas aperfeiçoando-o. Tento sempre ser uma pessoa melhor. E, para isso, preciso de mudanças constantes.


"Mas nada te faz deixar de querer, quem sabe, outro dia feliz." [Solana - banda capixaba]


Ah! A vida é uma caixinha de surpresas sim!
Essas surpresas e certos acontecimentos cooperam para o nosso amadurecimento.
A vida é um eterno amadurecimento: vivência de risos, choros, conversas, discussões, beijos, abraços e brincadeiras.


E pra que o egoísmo e o orgulho se você pode ajudar alguém a ser feliz também?
Amelie Poulain em "O fabuloso destino de Amelie Poulain" [filme] ajuda um homem cego atravessar a rua, fazendo-o perceber e sentir o que se passa a sua volta. Ela vai descrevendo as pessoas, os lugares, os sons, os cheiros e tudo mais que está ao redor deles.
Esse é um simples gesto que dura muito pouco tempo. Não custa nada, nem tempo, nem dinheiro, nada que nos impeça de agir de tal maneira ou de forma parecida. Não custa nada, mas se ganha muito: um sorriso, uma gratidão.

E pra que o egoísmo e o orgulho se você pode ajudar alguém a ter um futuro melhor?
Friedrich Nietzsche em "Humano, demasiado humano" [livro] escreve assim: '[...] é que o indivíduo atenta demasiadamente para seu curto período de vida e não sente maior estímulo para trabalhar em instituições duráveis, projetadas para séculos; ele próprio quer colher a fruta da árvore que planta, e portanto, não gosta mais de plantar árvores que exigem um cuidado regular durante séculos, destinadas a sombrear várias seqüências de gerações.'
Cuidar bem de nós mesmos está intrinsecamente ligado ao cuidar bem dos nossos; não só hoje, mas pensando no futuro de todos.


Descabido é deixar de tentar!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*