De novo, em nós!
Amanhã, será?'
sobre o cotidiano - parte III
- numa tarde qualquer, sentada em volta da mesa de café, uma senhora de oitenta e alguns anos, com o olhar e corpo lassos, disse para a sua sobrinha que o presente que ela mais amava ganhar era perfume. e, disse ainda, que o sonho dela era ter diversos perfumes em cima da sua cômoda só para ter o prazer de olhar para eles (mesmo que não fosse usá-los). ainda completou que o único perfume que ela tinha se acabara. sua sobrinha, imediatamente, subiu as escadas correndo e desceu com um vidro de perfume usado para a sua tia. logo após desse impetuoso ato, ela ponderou uma maneira de conseguir outros perfumes para a tão querida tia. [sonhos não envelhecem. sonhos podem virar realidade.]
- pela manhã bem cedo, indo de carro para algum lugar distante, ela se depara com um homem paralítico, de muletas, correndo pelo calçadão. ela ficou boquiaberta, espantada com a cena que tinha visualizado. [a força nunca seca. nunca é tarde. não desista de viver. seja grato por tudo.]
'Mas era só o tremer daquela paz em proporção. [...] ali o acostumar os olhos com o outro mudar.'
[Grande sertão: veredas, Guimarães Rosa]
quem me inspira hoje: tia Maura, os que são fortes