sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

domingo, setembro 07, 2008

*REVIRANDO O GUARDA-ROUPA*

Foto por: Julia Emerich


Enquanto se revira o guarda-roupa, se pensa...
[Quanto mais eu penso, menos eu sei o que postar/escrever/falar aqui.]


Dias em que o céu está cinza, o mar está agitado e as árvores balançam sem parar. E nada me faz parar e escrever palavras bem cabidas ou descabidas. Sempre que começo a cuspir palavras [não estou desmerecendo as palavras e nem o ato de escrever] em um papel, paro. Tudo que eu deixo às vistas em um papel qualquer me parece sem sentido, de tanta melancolia, coberto de sentimentalismo fútil [se é que existe sentimento assim: fútil, inútil].

Dias atrás eu disse a uma amiga que eu havia feito uma análise comparativa do meu gosto por certas imagens imaginadas fotográficas com o meu próprio modo de ser. Vou explicar melhor: se eu fosse fotógrafa, acho que gostaria de fotografar/captar construções inacabadas e estruturas arquitetônicas. Sempre que vejo essas imagens, crio uma imagem fotográfica em minha mente - é como se eu estivesse com a máquina fotográfica em minhas mãos e pudesse, então, naquele momento captar aquela imagem visualisada. Então comecei a pensar o porquê de eu gostar dessas imagens e, concluí [não sei se estou certa] que é pelo fato de serem imagens que estão em construção, inacabadas. Mas o que isso tem a ver comigo?! Tudo. Eu me vejo como uma pessoa que está sempre achando algo dentro de si que precisa ser mudado/moldado ou mesmo descobrindo coisas que precisam ser construídas. Acredito que os seres humanos são assim: seres em constante construção. Não que estejamos mudando nosso caráter, mas aperfeiçoando-o. Tento sempre ser uma pessoa melhor. E, para isso, preciso de mudanças constantes.


"Mas nada te faz deixar de querer, quem sabe, outro dia feliz." [Solana - banda capixaba]


Ah! A vida é uma caixinha de surpresas sim!
Essas surpresas e certos acontecimentos cooperam para o nosso amadurecimento.
A vida é um eterno amadurecimento: vivência de risos, choros, conversas, discussões, beijos, abraços e brincadeiras.


E pra que o egoísmo e o orgulho se você pode ajudar alguém a ser feliz também?
Amelie Poulain em "O fabuloso destino de Amelie Poulain" [filme] ajuda um homem cego atravessar a rua, fazendo-o perceber e sentir o que se passa a sua volta. Ela vai descrevendo as pessoas, os lugares, os sons, os cheiros e tudo mais que está ao redor deles.
Esse é um simples gesto que dura muito pouco tempo. Não custa nada, nem tempo, nem dinheiro, nada que nos impeça de agir de tal maneira ou de forma parecida. Não custa nada, mas se ganha muito: um sorriso, uma gratidão.

E pra que o egoísmo e o orgulho se você pode ajudar alguém a ter um futuro melhor?
Friedrich Nietzsche em "Humano, demasiado humano" [livro] escreve assim: '[...] é que o indivíduo atenta demasiadamente para seu curto período de vida e não sente maior estímulo para trabalhar em instituições duráveis, projetadas para séculos; ele próprio quer colher a fruta da árvore que planta, e portanto, não gosta mais de plantar árvores que exigem um cuidado regular durante séculos, destinadas a sombrear várias seqüências de gerações.'
Cuidar bem de nós mesmos está intrinsecamente ligado ao cuidar bem dos nossos; não só hoje, mas pensando no futuro de todos.


Descabido é deixar de tentar!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

Um comentário:

Raquel Magalhães Reis disse...

tb usei a frase "a vida é uma caixinha de surpresas"... hihihihihi
e descabido é a gente não acreditar que pode mudar, que pode melhorar.
e viva a metamorfose ambulante!