"Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro."Rubem Alves
Eu jamais esbanjaria sensualidade, beleza e um sorriso de
gloss, entreaberto e, muito menos imaginaria que aquele olhar encontraria o
meu naquele sutil acaso do destino. Mas, eu juro que não me importaria perder o
trem, o dia, esperar sozinha quase 1 hora e meia o ônibus na rodoviária para,
enfim, embarcar novamente neste primoroso romance de cinema.
De fundo, parecia haver uma trilha sonora romântica de filme
somada com um pouco de magia espalhada a fulgurar. Contudo, o que de fato
fulgurava no cenário ali eram a lua cheia, as estrelas brilhantes da madrugada
e aquele rosto, aquela voz, aquelas mãos compridas – podendo ser um pormenor,
quem sabe – daquele jovem que era belo e que me encantou. De resto, havia o
ônibus, os passageiros, o motorista, a estrada e as paradas.
Em meio aquele cenário de encantamento, eu e ele nos perdemos
no tempo a conversar para depois nos encontrarmos num beijo que envolvia mãos e
abraço aconchegante.
Eu, acolhida pelos braços dele, adormeci. Ele também
adormeceu. Quando meus olhos se abriram já era dia amanhecendo e clareando aos
poucos. Cochilei mais um pouco e ele acordou. Des-cochilei! E, por mais que
parecesse um sonho ou um devaneio meu, não era! Eu estava ali, acolhida e
aconchegada em seus braços, sentindo o gosto do beijo e, com um sorriso sem
gloss, aberto!
quem me inspira hoje: Biba, Roberta Sá