sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

terça-feira, outubro 26, 2010

*A BORBOLETA DE OUTONO*

'quem irá entender o seu segredo
quem irá pousar em teu destino...'


Era dia, era abril, era outono e, dentro do carro, pela estrada afora iam Antônia, Julieta e Elisabete.
Antônia no volante, tranquila, cantarolando uma canção que tocava no som. Julieta no carona, ao lado de Antônia, com os pés repousando sobre o painel do carro, observava a paisagem que desenhava o dia e, em suas mãos estavam uma caneta e um bloco de anotações. Elisabete, como de costume, cochilava no banco de trás do carro.
Depois de um final de semana num vilarejo pitoresco, as três moças percorreriam de volta 550 km até chegarem em casa.
O dia era azul, claro e alegre. Fazia calor.
Julieta, o que você está escrevendo? Perguntou Antônia.
Elisabete desperta de seu cochilo:
Aposto que é mais um de seus poemas que tanto gosto! Leia para nós.
Julieta sorri, retira de cima do painel do carro os seus pés, coloca-os em cima do banco e lê:

"O céu absurdamente plácido
e vem
uma borboleta em cor e tons
desorientar o meu orientado olhar."


quem me inspira hoje: Bethania Emerick, Maria Carolina Emerich

segunda-feira, outubro 18, 2010

*MEIA DÚZIA DE IDEIAS*

'... eu não me enxergo bem se vivo a vida sem querer saber de mais ninguém.'


6ª IDEIA: sobre amor

"Pra falar do amor tenho que aprender a repartir o pão, chorar com os que choram, me alegrar com os que cantam, ..." [Fruto Sagrado]

Assim como Lulu Santos se perguntou no programa 'de frente com GABI', eu também pergunto a mesma pergunta:
"ONDE ESTÁ O AMOR?"

É difícil enxergar o amor nas e entre as pessoas; reparar sentimento doado sem nada querer em troca – candura.
Ao mesmo tempo, penso que a cada dia que amanhece a gente tem a chance de amanhecer melhor: de enxergar, de sentir, de reparar, de perdoar, de amar mais.

E aí, eu afirmo a mesma afirmativa feita na poesia de Bruno Hasum:
"O MAL É PERDER O AMOR!"

[Se o amor escapa por entre os dedos, fica impossível conviver!]

Amar é simples, mas o amor é sublimado e profundo. Por ser assim, penso que nem todos são capazes de amar com toda força e extensão do seu ser, daí, ele - o amor - escapa por entre os dedos.
A gente só é melhor quando consegue enxergar o outro e amar o próximo.
Talvez, se soubéssemos receber amor, também saberíamos doar amor.
Eu volto a dizer que 'nenhum de nós poderia sentir se no mundo não existisse o outro e o ar, amar'.

O amor, ao contrário da paixão, não se esvai e nem se esgota, não se finda simples e voraz. Ele é pra sempre e nos mantém vivos.

Assim eu termino essas ideias suspensas:
“Coração – isto é, estes pormenores todos.” [Guimarães Rosa]


PS.: essas foram umas ideias suspensas que se completaram em meia dúzia.


quem me inspira hoje: o amor, as pessoas