sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

terça-feira, novembro 10, 2009

*UMA IMAGINAÇÃO BESTA*

me prende o olhar nos gestos que as mãos executam.
enquanto o coração silencia, as mãos não param; se entrelaçam, acenam, enxugam as lágrimas, apertam outras mãos, ...

antes de sorrir, ela imaginou.
poderia ter imaginado, mas ela não imaginou uma estória de amor ou de super-heróis ou um conto de fadas. ela apenas imaginou estar entre as pessoas, transitando pelas calçadas da cidade numa tarde de sol. na sua mão, um sorvete de chocolate e, no braço, a bolsa listrada de cores preta e branca pendurada, pendendo para o lado e para o outro. inesperadamente um menininho aparentando ter uns oito anos de idade surgiu ao seu lado e sorriu. por um instante o olhar dela para ele se fez sério, mas a seriedade era apenas brincadeira despretensiosa. então, numa atitude espontânea, ela sujou o dedo de sorvete e lambuzou o nariz dele e, em seguida, ofereceu-o o seu sorvete de chocolate. o menininho aceitou, sorriu novamente e, carinhosamente deu um beijo no rosto da moça. ela, com os olhos fechados, sorriu suavemente. quando abriu seus olhos não avistou mais o menininho. ela imaginou. uma imaginação besta. sem façanha alguma para existir, sem magia e encantamento, sem herói ou heroína, a imaginação criou asas e voou sem destino e sem motivo. é certo que a imaginação um destino encontrou por entre ares de candura e, é certo que na vida é preciso sempre ter pronta uma imaginação besta para que um sorriso leve surja em seus lábios.
ela de novo sorriu. um sorriso besta.

PS.: uma imaginação besta se deve à Maressa que tão intensa se faz... Maressa, imagine!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*


segunda-feira, novembro 02, 2009

*RETALHOS DE UM ASSOMBRO*

'Se soltar a palavra quem vem do coração
Falarás da linguagem mais pura.'


amanheceu e,
dentro do quarto tudo era escuro, cheirando a mofo e sem cor.
pela fresta da janela um raio de sol batia no rosto dele.
levantou-se e saiu.
andando pelas ruas sentia o sol queimar.
começou a ter um assombro [maravilhar] em tudo que via, sentia e percebia;
era um vislumbre do que podia mais encontrar.



DAS COISAS BOAS DA VIDA
[Carol Gualberto]

Sol na janela, pé descalço e uma canção
Que fale do que guardo aqui no coração
Das coisas boas da vida
Das minhas preferidas
De tudo que faz bem à emoção

Fim de tarde, brisa leve, um ipê em flor
Uma poesia prá um grande amor
Família reunida, dança com as amigas
Um sorriso, sei quem é meu Criador

De comer, mel, mostarda, manjericão
De sentir, o arrepio de uma paixão
De olhar, borboleta azul e o amor

Um bom livro, um banquinho e um violão
Ter amigos mais chegados que irmãos
Porta sempre aberta, se arrumar pra festa
Ter alguém pra dar a sua mão
Disso é feita a vida
De coisas bonitas
De tudo que faz bem ao coração

Se quiser ouvir: http://www.myspace.com/carolgualberto


PS.: podemos ver a vida como uma colcha de retalhos de assombros; ter em cada descoberta - na cor do mar, no amigo, nas asas de uma borboleta, no barulho do vento, no abraço, na música, e etc. - um assombro [um espanto maravilhoso] que nos deixa contentes.


quem me inspira hoje: Carol Gualberto, Christel Bautz, Philip Yancey.


Eu vou, mas eu volto... *estrela*