sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

terça-feira, janeiro 29, 2008

*O AMOR*

[ainda não li essa frase ocupando um espaço para mim]

... e eu teimava para postar estas palavras que falam do amor que não se sabe evidentemente!


O amor é um misto de claridade e escuridão
O amor precisa ser claro para amadurecer

E precisa ser escuro para sossegar

O amor precisa de mim e eu preciso dele
O amor não deve bater na porta para entrar

O amor deve escorregar pelas frestas e chegar sorrateiro

O amor sopra no rosto suavemente, depois beija e mora em mim

O amor é leve e me deixa como quem mora nas nuvens

O amor se escreve em qualquer lugar e ocupa um espaço

Do amor eu não sei quase nada

Sei que não é chuva e nem é sol

Não é doce mas me deixa dócil

O amor não custa cem reais e nem se converte em outra moeda

O amor é doação que nada quer em troca
E dele eu continuo sem saber exato

Exatidão é o amor

Queria que o amor viesse pra mim

Mas ele não vem e eu não sei como procurá-lo mais


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

segunda-feira, janeiro 21, 2008

*HOJE*

hoje uma chuva
que se transforma em lágrima e cai.
hoje um vazio
que se faz gelo e congela a alma.
hoje uma luz
que se encontra na greta da janela.

hoje um não
que se transforma em dia,
que se faz poesia,
que se encontra e pronuncia...
amanhã.


PS.: espere pelo amanhã!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

sábado, janeiro 12, 2008

*AQUI JAZ*

“Uma vez, no Arizona, estava fazendo jogging em uma estrada de terra que seguia sinuosa em meio a artemísias e cactos arborescentes quanto topei com uma clínica para desordens alimentares que acometem os ricos. Saí de minha trilha poeirenta do deserto para uma pista de corrida bem tratada que, logo descobri, era uma milha de doze etapas. Avisos com dizeres motivadores como “Aguarde um milagre!” acompanhavam a trilha e, à medida que avançava, passava pelas etapas do plano de recuperação semelhante ao das associações anônimas. Avisos na trilha insistiam para que o corredor admitisse que seu corpo estava fora de controle e que ele não tinha poder para controlar seus hábitos alimentares. Com mais de um quilômetro, a trilha passava para etapas mais avançadas, para a necessidade de depender de amigos e de uma Força Maior. Avisos colocados ao lado de bancos em cada uma das doze etapas encorajavam os participantes a descansar e a refletir sobre seu progresso.
A trilha terminava num cemitério com pequenas inscrições em sepulturas. Abaxei-me para ler cada uma delas, pingando suor e arquejando por causa do calor do deserto. “Aqui jaz meu medo de intimidade”, escreveu uma tal Donna, em 15 de setembro, exatamente três dias antes. Ela havia pintado a sepultura com tinta amarela, vermelha e azul. Outros haviam sepultado coisas como cigarros, obsessão por chocolate, remédios para emagrecer, falta de autocontrole, necessidade de controlar os outros, hábito de mentir.”
[Trecho retirado do livro O Deus (in)visível de Philip Yancey]

Não era minha intenção postar aqui textos sobre o início do novo ano que se inicia com suas dicas fabulosas de felicidade e mudanças na vida [Nada contra textos assim. Eles fazem bem.]. Mas, ao ler o trecho citado acima, fiquei a meditar nele e, incomodou-me o fato de que realmente se faz necessário em nosso viver sepultarmos certas nocividades para que os sonhos renasçam sem resquícios danosos. E, talvez, o início de ano seja uma data oportuna para fazermos isso.
Na minha sepultura a inscrição: “Aqui, jaz o medo de enfrentar desafios”.


“Todas as noites, depois do jantar, a molecada do bairro se amontoava no portão da minha casa: era a hora negra das histórias dos lobisomens, bruxas, almas-penadas, tinha uma procissão de caveiras que passava à meia-noite, cantando, ô Deus! Como eu tremia...”
[Lygia Fagundes Telles]

Não quero tremer ao ouvir negras histórias, por isso não as conte para mim.


Aqui jaz todas as coisas ruins!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

quarta-feira, janeiro 02, 2008

*NÃO SOU FOFOCA, SOU CULTURA*

Primeiro presente do ano publicado no Caderno 2 do Jornal A Gazeta do dia 02 de janeiro de 2008 que me deixou surpresa, feliz e que, principalmente, me trouxe mais incentivo para continuar com os meus “sussurros da alma”.

Agradeço a Mara Coradello por este reconhecimento tão significativo para mim. Ao contrário do que muitos pensam blog também é cultura.

Deixo aqui o recorte da publicação, retirado do blog da autora da crônica:


Pequena retrospectiva literária de 2007

Mara Coradello

Canais de televisão listaram os fatos importantes de 2007, críticos de música das canções e tantos outros de suas memórias particulares. Todo final de ano, pesa esta medida inventada pelos fenícios, egípcios ou babilônios: o calendário.
De qualquer forma vou fazer minha atrasada retrospectiva que tem cara de perspectiva. Vou falar dos escritores capixabas, sequer publicados em papel, que li neste ano, no meio tão mal falado dos blogs. Eu particularmente acredito, como dito naquela palestra pelo poeta Alexei Bueno “a internet é igual ao Exu na macumba: não faz nem para bem nem para mal; você utiliza como quiser”.
O primeiro citado, Elton Pinheiro, foi meu colega de indicação no Prêmio Taru, uma premiação simpática e impecável. Pois bem, Elton escreve com uma dicção bela e original no blog Polifonia (http://www.eltonpinheiro.blogspot.com/). Vale muito a visita. Gosto também da delicadeza da Julia Emerick que chamou o que escreve de “sussurros da alma”. Peço que ela continue no seu http://www.brilhando.blogspot.com/. Para contrastar, que tal a acidez engraçada de Rodrigo Oliveira na sua Casa de Loucos (http://www.berghof.blogger.com.br/)?
Um que conheço desde o ano passado é Saulo Ribeiro, com seu personagem Duda Bandit, um beatinik lírico, que bebeu, além de cerveja, dos clássicos da boa literatura. Leia em http://www.deitandocabelo.blogspot.com/.
E que tal conhecer as reminiscências de André Oliveira, cronista que tem poucos escritos publicados, mas que já desponta com exemplar cuidado e criatividade: http://www.arasura.blogspot.com/?
Até quem abandonou o blog, como Thiago Raft, ora com palavras líricas, ora satíricas no http://www.feefaca.blogspot.com/merece ser lembrado, porque sempre existem os arquivos.
Não poderia deixar de fora blogs que descobri em 2006, mas mantiveram a forma em 2007, como o do Carlos Calenti, que mudou para o Rio de Janeiro, e ainda hoje continua com seu texto fluido e de sinceridade tocante. Ele “fala” justamente da mudança em textos mais recentes: http://www.plocker.blogger.com.br/.
Por falar em sinceridade, é a meu ver, uma marca dos novíssimos escritores capixabas destes blogs, a sinceridade sem cair no vazio umbiguista do confessional, a exemplo cito Kênia Freitas: http://www.provento.blogger.com.br/.
Fecho com a leveza da muito mais que publicitária Elisa Ribs, do www.prolixaporamor.blogspot.com e com o agridoce da moça misteriosa, Cecília ou não, do http://www.dansesurlamerde.blogspot.com/ .
Para tornar mais fácil para o internauta publicarei todos os links no meu. Sim também tenho um blog, o www.cadernobranco.blogger.com.br . E feliz 2008 com muitas leituras, virtuais ou no papel.


Eu vou, mas eu volto... *estrela*