sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

domingo, setembro 20, 2015

*AMORES MEUS: NUVEM DO CÉU*

'Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.'


¬ Nuvem do Céu
Era uma vez eu, ele e o ciberespaço.
Eu o conheci quando ainda existia msn, orkut, weblogs, fotologs, zipmail, e quando não existia whatsApp, facebook, gmail, nem Mozzila e nem Google Chrome. Nós nos vimos pela primeira vez pela webcam, quando a irmã dele nos apresentou. A partir desse dia, ele me mandava cartões virtuais, músicas e, também, me telefonava diariamente. Me chamava de estrela, de namorada. E por me chamar de estrela, me mandou esta canção:

"Estrela ilumina o meu céu
Me tira esse féu
Adoça o meu viver [...]"

Eu nunca tinha escutado essa canção e, é claro que, desde esse dia, eu nunca mais a esqueci e nem deixei de cantarolá-la!
Encantada com a doçura dele, eu passava horas e mais horas ao telefone. Adorava a sua voz, o seu jeito de falar, o seu jeito carinhoso e descontraído de ser. Ele cantava pra mim. E eu para ele:

"Não se admire se um dia
um beija-flor invadir 
a porta da tua casa
te der um beijo e partir [...]"

O primeiro dia em que nos vimos tête-a-tête [cara a cara no sentido físico], depois de longos dois meses, ele me deu um abraço apertado, repleto de afeto, e me rodopiou. Naquele dia eu fui embora com um sorriso escancarado no rosto. Nos vimos algumas outras vezes. E todas as vezes que nos encontrávamos, eu me apaixonava mais. Suas mãos eram longas e macias, e seguravam as minhas carinhosamente. Seu jeito dócil me fazia tão bem. Suas brincadeiras me deixavam como quem sonha.
No dia do meu aniversário ele veio na minha casa. E, enquanto eu o aguardava no portão, ele abriu a porta do carro, desceu, e cantou:

"Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui
Percorri milhas e milhas antes de dormir,
Eu nem cochilei [...]"

É claro que, também, nunca mais, esqueci essa canção!
Ele segurou a minha mão, me deu uma pulseira, me abraçou forte. Eu me apaixonava cada vez mais. 
Mas, ah! E o por que de Nuvem do Céu? Porque como naquela crônica O Saveiro e a Nuvem, do livro "Moça deitada na grama", de Carlos Drummond de Andrade, assim era ele. Um pequeno trecho da crônica que deu nome à ele:

"Contou que viera da Bahia, onde tinha um saveiro. Precisou, vendeu, nunca mais arranjara outro. O nome era lindo: Nuvem do céu é você, o senhor não acha? De uma certa Lucindalva, que parecia nuvem: se a gente chegava perto, queria pegar, ela fugia, ficava só impressão de ar, nem isso. [...]"

Um dia nós saímos. E, quando ele me deixou em casa, eu pedi um beijo, e ele me negou o beijo. Dias depois ele me contou que tinha conhecido a Sabrina.


FIM


PS.: em breve, mais histórias de amor, acrescidas de liberdade poética.


quem me inspira hoje: N. R., os amores de um dia

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