sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

segunda-feira, março 24, 2008

*DISCREPÂNCIAS X SEMELHANÇAS*

As discrepâncias são as substituições que ocorrem ao longo dos tempos.
As semelhanças são as necessidades permanentes de companhia e afeto.


Antoine de Saint-Exupéry escreve sobre um Pequeno Príncipe que mantinha em redoma uma rosa e, sentia-se responsável por ela.
Carlos Drummond de Andrade escreve sobre uma borboleta que veio visitar-lhe numa manhã enquanto lia o jornal e tomava café.
Xinran escreve sobre uma menina que, internada em um hospital, tinha por companhia e distração uma mosca.

Em meio a essas companhias fugazes ou permanentes, eu resolvo escrever sobre o homem pós-moderno que sustenta como companhia constante o seu telefone celular: em suas mãos, no bolso, na bolsa, na mesa de trabalho e até mesmo sobre a cama o celular posa/pousa/repousa. Dos olhos do homem ele não foge e, mantém-se estagnado até que ele vibre, pisque e/ou toque. O homem pós-moderno, então, dorme e acorda com a presença do celular, que é a sua companhia em todos os dias e em todas as horas.

E tudo isso expõe a necessidade que o homem tem de companhia/da presença de alguma espécie que transmita alguma esperança, e de algum afeto que lhe proporcione um pouco de felicidade e prazer.

Ao passar do tempo, essas presenças vão sendo substituídas. Assim, surgem as tecnologias que se tornam substitutas das mais reais e sensíveis presenças de outrora.

Que a tecnologia não nos substitua por completo e nem nos torne insensíveis!


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

7 comentários:

Elton Pinheiro disse...

... idéia excelente. Continue...

Parece um longo comentário sobre formas de escrever, resenha. Mas, para mim, é uma crônica. Isso é muito hoje:

"O homem pós-moderno, então, dorme e acorda com a presença do celular, que é a sua companhia em todos os dias e em todas as horas."

André Oliveira disse...

Jujuca,

Também sou seu fã!!!
Beijos.

Obs 1: Se formos fazer o chilli, terá que ser no sábado, pois no domingo irei pra São Paulo e só volto em dois meses...

Obs 2:Sua danadinha! Acredita que estou começando a desenvolver um roteiro baseado justamente nessa temática? Queria que vc fosse a minha cúmplice nessa jogada...

Priscila Milanez disse...

Gostei do texto. Da sensibilidade com a qual captou essa neurótica dependência "pós-moderna" dos indivíduos àquele aparelho que a cada dia parece ganhar status de entidade supra-sumo da necessidade do homem contemporâneo!

Obs: não gosto muito do uso frequente do conceito de "pós-modernidade" em suas variações, mas em alguns casos, ele cái bem e exato.

Raquel Magalhães Reis disse...

e as pessoas q têm celular, mas q não são muito ligadas neles? seriam elas pessoas q não precisam de companhia? mistéeeeeerio!!!!!! rs

bjosss!

Anônimo disse...

A tecnologia torna as coisas mais rápidas, mas nunca adianta aquilo que temos que pensar com calma.

BEIJOS

Anônimo disse...

"Suas crianças derrubando Reis...", fazendo comédia no You Tube com as suas leis. Os tempos mudam, mas as pessoas não.

Ana Leticia disse...

Excelente reflexão, Ju. E não deixei de olhar pra cima da msa do pc, que tem meu cel e meu telefone fixo repousando... :P
Sim, que não sejamos substituídos pela tecnologia....
Ah! O livro "As boas mulheres da China" da Xinran é mesmo fantástico. Este conto da menina e da mosquinha é muito emocionante, nossa, chorei demais. Bela lembrança...
Beijos
Ana.
www.mineirasuai.blogspot.com