sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

domingo, agosto 29, 2010

*MEIA DÚZIA DE IDEIAS*

'... e de close em close fui perdendo a pose e até sorri, feliz.'


5ª IDEIA: sobre mentira e verdade

“Quantas mentiras sou obrigada a dar. Mas comigo mesma é que eu queria não ser obrigada a mentir. Senão, o que me resta?” [Clarice Lispector]

Mentir é pintar o nariz de vermelho, colocar um chapéu de palhaço e achar que você é feliz, quando, na verdade, você apenas esconde uma tristeza por trás de toda essa fantasia. E, quando acabar a encenação, você vai perceber que nada adiantou ou ainda vai continuar se enganando? A tristeza não vai embora só porque você se fantasiou de um personagem engraçado.

A gente não muda o que sente, mas o que faz. Daí os sentimentos mudam.

Mentir é, também, achar que a verdade pode ficar escondidinha a sete palmos do chão. Você pode até conseguir mentir e esconder a verdade para alguns; mas ela – a verdade – vai ficar bem viva pra você, aparecendo feito fantasma o tempo inteiro e, te deixando atordoado. Vale a pena mentir? Vale a pena perder a tranquilidade?

A gente muda a verdade pela mentira, e a paz pelo desassossego.

E, a última coisa e, talvez, a pior que pode acontecer, é que quando você mente acaba perdendo a confiança de alguém, pois quando a verdade vem à tona, vem também a desconfiança do outro por você. Será que existe alguma vantagem em mentir e perder a confiança de alguém?

Considerando a ausência da verdade, o que nos resta é um espaço preenchido por desconfiança, desassossego, desarmonia.
Que tenhamos ternura pra falar das verdades nossas!


PS.: continuarei contando ideias até que se completem meia dúzia.


quem me inspira hoje: Leane Barros, king's kids

domingo, agosto 01, 2010

*MEIA DÚZIA DE IDEIAS*

'We are not our sorrows. We are not our scars.
We are only human. This is what we are.'



4ª IDEIA: sobre suficiência e insuficiência

A insuficiência leva a humanidade às mais bizarras atitudes!

“Plus ça change, plus c’est La meme chose.”


Por mais que as coisas mudem, continuamos querendo mudanças, conhecimento, querendo nos satisfazer, querendo mais, querendo, querendo... Nada nos é suficiente. É sempre um novo querer, um novo desejar. Então tudo permanece da mesma forma porque somos e estamos insatisfeitos; somos uma geração onde a diversidade das coisas nos torna insuficientes.

“[...] Ficamos maiores e todo o resto ficou menor, menos impressionante.” [Brennan Manning]


Com a nossa insuficiência, todas as coisas também deixaram de ser impressionantes, de nos causar assombro. Nenhuma coisa nos satisfaz, nenhuma coisa nos impressiona, nenhuma coisa nos causa assombro. O pôr do sol não é suficiente para a contemplação; desejamos ele – o extravagente pôr do sol acompanhado de uma música, uma brisa e um sei lá o quê mais. A oportunidade de sentar com um amigo debaixo de uma sombra e poder conversar e abraçar e rir não nos satisfaz; queremos vários amigos ao nosso redor aprovando nossos atos. Ouvir e saber cantar e apreciar uma música não basta; necessitamos saber todas as músicas e entender música.
Nos cobramos o tempo todo por não termos tudo o que queremos, não sabermos de todas as coisas que nos rodeiam. Precisamos ter e saber e conhecer.

"[...] O sujeito moderno é um consumidor voraz e insaciável de notícias, de novidades, um curioso impenitente, eternamente insatisfeito. Quer estar permanentemente excitado e já se tornou incapaz de silêncio. " [Jorge Larrosa]

Somos insuficientes!
Pra falar a verdade, a única coisa suficiente é a presença de Deus!

"[...] Às vezes olho os céus infinitos, o universo no qual não conseguimos ver limite, e pergunto a Deus o que significa. Você realmente fez tudo isso para nos deslumbrar? Você realmente o mantém mudando, girando ao redor dos eixos para afastar o tédio? Não permita, Deus, que sua glória nos distraia. E não permita, Deus, que a ignoremos."
[Fé em Deus e pé na tábua: descobrindo a essência da vida em uma kombi, Donald Miller]


PS.:
continuarei contando ideias até que se completem meia dúzia.


quem me inspira hoje: qualquer um, o filme: Camille Claudel