sorriso besta . cabelo ao vento . pés descalços . abraço apertado

quinta-feira, julho 05, 2007

*CALL ME*

A seguir, uma fábula baseada em fatos verídicos.
Os nomes empregados são fictícios.
Faz-se uso de trechos da música Telefone da banda capixaba Crivo.


“O telefone não toca...”

trim-trim-trim.

— Alô!
— Ei minha bela Duda.
— Caio (ela fala com uma voz morosa e branda). Que bom que você me ligou...

Caio ligava para Duda sempre. Era um bem querer quase que diário. Duda sentia prazer em ouvir a voz viril de Caio que soava doce aos seus ouvidos. Ele ligava para Duda quando ela menos esperava e quando esperava também. O telefone de Duda tocava praticamente todos os dias (era uma repetição contínua de um mesmo som; parecia até que era cd arranhado) e, em diversas situações (e ela nem se importava): quando lavando as vasilhas, quando tomando banho, quando dormindo, quando lendo, quando secando os cabelos ou fazendo as unhas e, também, ligava apenas para cantar uma canção e para desejar boa noite e bom dia para ela. Caio fazia questão de demonstrar para Duda o quanto ela era importante para ele. Os dois perdiam, ou melhor, ganhavam horas a fio (e haja fio!) em uma ligação. E, Duda não se cansava de ouvir o som da voz, as histórias e as juras de amor de Caio. O tempo parecia se estagnar e, Duda ficava como quem sonha, hipnotizada ao ouvir a voz de Caio (que existia por meio de sinais elétricos). Duda criava asas e se transportava para o mundo encantado de Caio. Era a transmissão mais real. Duda ficava com suadas mãos e um pulsar constante no coração. Era tanta emoção que quase não cabia no seu coração. Duda era a namoradinha de Caio. Até que um dia o telefone parou de tocar. Agora, quem provavelmente e, para Duda, lamentavelmente deveria esperar ansiosamente pelas ligações de Caio era a...

trim-trim-trim.

— Alô!
— Oi!
— Quem é?
— Aqui é o Geraldo. É da casa do Carlos?
— Não. Não tem nenhum Carlos aqui.
— Desculpa. Foi engano.

pum pum pum...

“o telefone não toca e, eu acreditando que não terminou...”

THE END


Se por acaso você se identificou com o enredo acima, não pense que é apenas coincidência, pois sempre tem alguém que espera ansiosamente ouvir a sua voz no outro lado da linha telefônica.


Eu vou, mas eu volto... *estrela*

terça-feira, julho 03, 2007

*SEM A MESMA SIGNIFICAÇÃO*















Tudo se torna diferente,
com intensidade diferente,
com aparência diferente.
É só reparar os pormenores das coisas.
E tudo se torna diferente,
com forma diferente,
com cor diferente.
É só viver com gana por boas coisas.
E assim tudo é diferente.


SINÔNIMOS

Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.
[[Mário Quintana - Caderno H]]


(Foto de Julia Emerich - eu)


Eu vou, mas eu volto... *estrela*